Arte urbana: há três murais portugueses e um brasileiro entre os melhores do mundo

A comunidade digital Street Art Cities publicou, mais uma vez, o ranking mundial com os 100 melhores murais de arte urbana de 2021. 

Há três obras portuguesas nesta lista, e todas elas podem ser contempladas em Lisboa e uma obra brasileira em São Paulo. O grande vencedor será escolhido no próximo dia 6 de fevereiro e qualquer pessoa pode votar no seu preferido.


 
“Alto do Longo”, no Bairro Alto

Um dos murais portugueses distinguidos chama-se “Alto do Longo” e fica no Bairro Alto, no cimo da Rua de O Século. Trata-se de uma obra do artista plástico francês Alexandre Hopare Monteiro.

“Se a proposta pode parecer uma contradição à partida, “pintar à noite” revela-se rico de significados. O título contém deliberadamente uma ambiguidade: pintar à noite significa representar a noite ou pintar à noite. Pintar a escuridão ou pintar na escuridão já é uma escolha, a de refinar a própria visão externa ou a de abandoná-la. A noite permite, física e simbolicamente, esse “desapego do mundo” tão caro à modernidade. O momento do crepúsculo também poderia ser a metáfora perfeita para a fronteira volátil entre figuração e abstração”, lê-se na publicaçãodo artista no Instagram.


“Fado Tropical em tons RGB”, Bairro da Graça

No bairro da Graça, encontra-se “Fado Tropical em tons RGB”, da autoria do português Ozearv.

Segundo o artista, trata-se de “um espaço aberto à apropriação e à projeção dos nossos sentidos, porque a identidade cultural somos todos nós. “Somos o fado das vielas e das novas sonoridades. Somos o fado em remix onde cada animal tira e deixa um pouco de si. Em todas as estéticas que admiro e repito, faço uma remistura do que é virtual e uma imitação do realismo. Dou espaço à desconstrução permanente do conceito de certo e errado para procurar o erro como quem procura oxigénio. Vivo desse momento em que o erro se torna uma nova descoberta... Uso a parede como uma tela para nela experimentar, partilhar, e deixar que cada espectador sinta que um pedaço desta imagem é também sua”, acrescenta.

“The Linen Ghost”, Bairro 2 de Maio


The Linen Ghost”, do artista Regg, pode ser visto no bairro 2 de Maio, na Ajuda.

“O bairro 2 de Maio teve muitas lutas desde o seu início. Construído durante a ditadura de Portugal, o projeto caiu com a revolução de 1974 e foi tomado pelo povo. Durante esses primeiros momentos críticos, sofreram em termos de condições básicas de vida. Dormir no chão, comer pouco e o frio era uma realidade quotidiana. Uma história que me inspirou daquela época foram as visitas dos “fantasmas” brancos à noite. Várias figuras anónimas batiam nas portas e gritavam à noite enquanto usavam velhos lençóis brancos. Até hoje a sua identidade é desconhecida. Pintei o galo da torre ao lado do bairro para simbolizar a bravura e coragem daqueles primeiros residentes”, explica na sua rede social.

 

"Seja Luz" do artista renomado e mundialmente conhecido grafiteiro e muralista Eduardo Kobra fica em São Paulo. 

Segundo o artista: "A provocação é que repensemos, nestes tempos de pandemia, nossos valores, conceitos, princípios. E que possamos apresentar nossas soluções ao mundo, que nunca esteve tão necessitado de respostas para questões cruciais que vão da fome à violência, passando por liberdades e tolerância ao outro. Se há trevas, que sejamos luz. "

retirado site: idealista.pt

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